Num trabalho recente de grande fôlego teórico na área de ecologia cultural, Dirks (1987) busca as origens de um complexo mundialmente ordenado de rituais anuais de conflito ocorridos sobretudo em áreas de plantations açucareiras. Recorre a dados fisiológicos e culturais para demonstrar a associação entre, de um lado, festas envolventes elaboradas repletas de instâncias que afirmam a inversão dos papéis entre senhores e escravos, donos e trabalhadores, e, de outro lado, reações fisiológicas à satisfação de fome após longos períodos de escassez alimentar. Após detalhar mais o argumento de Dirks, apresenta-se uma descrição microetnográfica contemporânea de um engenho açucareiro em Pernambuco, para depois analisar alguns elementos que contribuem para a transformação histórica e cultural dos rituais de conflito em rituais semanais.
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