O presente trabalho1 traz à tona elementos etnográficos de dois processos de contato interétnico distintos no intuito de estabelecer suposições acerca da utilização diferenciada de tradições e, mais especificamente, sobre a invenção de tradições indígenas. A partir da perspectiva de que o que chamamos de tradicional equivale, muitas vezes, a invenções modernas, a idéia central aqui é a de circunscrever a noção de tradição no âmbito do fenômeno da etnicidade. De fato, Linnekin (1983) já procurou ilustrar, através da variação de identidades no Havaí, como tradições podem ser utilizadas para um propósito moderno e como seus significados podem ser mutáveis de acordo com tal propósito, sem que haja perda de autenticidade no grupo portador da tradição.
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