Brasil
No Brasil, os acontecimentos associados à Questão Religiosa (1872-75) representaram etapa crucial na reconfiguração das relações entre o religioso e o secular. Desde então, a Igreja católica caminhou para a separação oficial e abrupta em relação ao Estado e para a conquista de sua identidade institucional, subordinada ao Sumo Pontífice. Na defesa deste projeto, clérigos e leigos ultramontanos fizeram da imprensa católica instrumento eficaz na nomeação de seus inimigos e preservação de sua influência junto à sociedade civil. É este o caso do jornal O Apóstolo - editado entre 1866 e 1901 e um dos mais expressivos da ortodoxia católica –, cuja análise pelo presente artigo visa reconstituir a construção discursiva de duas alteridades básicas do ultramontanismo: a maçonaria e o protestantismo. A partir da relação texto-contexto, identificou-se a base argumentativa que permitiu aos redatores do jornal anatemizar estes concorrentes no campo religioso cristão como “heréticos” e “anticlericais”.
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados