António Sérgio Araújo de Almeida
Integrando a Reserva da Biosfera da UNESCO, o Corvo, sendo a menor ilha do arquipélago dos Açores, Portugal, integra uma população de 464 habitantes, facto que determina em grande parte os seus níveis elevados de coesão comunitária. Tratando-se de um território isolado, não apenas perante o continente português, mas também no contexto do próprio arquipélago, surgem abordagens inevitáveis, mormente no âmbito dos processos de globalização que tendencialmente assumem edificações sociais e estruturais impactantes nos territórios e nas gentes. O presente trabalho tem como objetivo interpretar a coesão comunitária e as perceções dos habitantes da Ilha do Corvo, em relação ao desenvolvimento do Turismo como forma de melhorar a qualidade de vida local. Para tal, recorreu-se à implementação de inquéritos junto da comunidade, entrevistas aos principais agentes corvinos e à observação participante. Concluiu-se que, apesar de se verificar uma elevada autoestima coletiva em torno dos recursos locais, há uma postura ambivalente assente, por um lado, numa inércia coletiva perante o empreendedorismo, e, por outro, num inconformismo e na convicção assumidos, segundo os quais, o Corvo pode dar mais aos corvinos. O Turismo recolhe unanimidade para alcançar esse objetivo e essa constatação preconiza um plano de ação a implementar oportunamente no território em sintonia e protagonizado pelos agentes locais.
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