Este artigo visa desenvolver uma discussão a respeito da construção das masculinidades entre homens homossexuais que viviam relações estáveis de conjugalidade com outros homens. Nesta pesquisa inspirome em uma perspectiva que busca trazer à tona elementos intersecionais de análise, tais como gênero, cor/raça/ etnia/nacionalidade, classe/camada social, religião, grupo etário/geracional. Apesar da impossibilidade de analisar estes elementos de forma dissociada, pois, como apontou Brah (2006), a interseção deve ser pensada de maneira articulada e contextual, já que é nela que se produzem determinadas relações interpessoais, formas particulares de opressão e privilégio, formas contextuais de ser e estar no mundo, produz-se, com isso, uma identidade, um sujeito específico e uma subjetividade particular. Neste artigo tomarei como foco de análise a construção das masculinidades entre homens brancos de camadas médias da população em situação de conjugalidade homossexual, no Brasil e na Argentina, a partir de dados de campo levantados entre 2006 e 2008 para a elaboração de minha tese de doutorado em Antropologia Social.
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