Para os Matis, o espaço obtido da floresta para habitar e cultivar representa uma conquista sobre o universo dos animais e dos espíritos, um espaço socializado que deve ser preservado a todo custo contra o possível retorno dos antigos donos. Por isso, os animais familiares admitidos na maloca formam, enquanto categoria liminar, na fronteira entre o social e o anti-social, um perigo simbólico que pode ser comparado aos trechos de florestas em processo de regeneração. As restrições topográficas impostas aos animais familiares refletem portanto a ambiguidade inerente à sua inserção social.
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