A etnologia e a arqueologia desenvolveram-se no Brasil no século XX como campos distintos do conhecimento. A institucionalização dessas disciplinas nas universidades, a partir principalmente de modelos europeus, influenciou o modo como se produziu conhecimento sobre as sociedades indígenas brasileiras. Na arqueologia amazônica, a etnologia teve e tem um papel importante na interpretação do registro arqueológico, ao passo que o contrário não é verdadeiro. Este artigo centra-se na relação entre arqueologia e etnologia na Amazônia. É analisado o uso que a abordagem ecológico-cultural na arqueologia faz dos dados etnográficos e as reações contrárias vindas do campo da ecologia histórica, com exemplos de transformações pré-colombianas da paisagem na ilha de Marajó, no Baixo Amazonas e no Acre. Finalmente, argumenta-se que uma colaboração entre etnólogos e arqueólogos poderia favorecer a etnologia com uma perspectiva histórica, assim como a arqueologia tem se beneficiado de diversas perspectivas antropológicas ao longo de sua história.
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