Es reseña de:
Selvagens, civilizados, autênticos: a produção das diferenças nas Etnografias Salesianas
Paula Montero
São Paulo : Edusp, 2012
Missionários e antropólogos, em princípio, são muito semelhantes. As similaridades iniciam-se porque ambos enfrentam a alteridade como uma questão fundamental, na medida em que estão (e estiveram) atuando nas fronteiras de seus mundos, saindo dos seus espaços originários de socialização para contextos distantes e desconhecidos. O “outro”, diferente e exótico, parece resplandecer nos seus ofícios. Mas, segundo a narrativa disciplinar, missionários também são diferentes: a vontade de produzir mudança social — classificada de maneira indistinta (e inadequada) como “proselitismo” — é rechaçada como agenda por antropólogos. Isso acaba por tornar os missionários uma espécie de caricatura da comunidade antropológica, especialmente para definir que a antropologia não corrobora tais empreendimentos de “conversão”.
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