O instigante livro Etnografias em serviços de saúde, organizado pelas antropólogas Soraya Fleischer e Jaqueline Ferreira, reúne doze artigos que apresentam descrições densas do cotidiano de serviços de saúde vinculados ao sistema oficial de saúde brasileiro. Trata-se de um livro em que o/a leitor/a pode visitar cenários, desde aqueles já consolidados em pesquisas em instituições de saúde pública, como ambulatórios, a outros inusitados, como o balcão de uma drogaria. A expressão “cenários” refere-se a espaços concretos, trazidos no livro, em que estão visíveis os sujeitos que neles circulam, as situações, os contextos e as próprias antropólogas —como as organizadoras do livro, opto por utilizar o termo “antropólogas” para me referir às autoras dos artigos, em sua maioria, mulheres. Nesses cenários, pode-se conhecer uma multiplicidade de discursos sobre cuidados e concepções de corpo, saúde, doença e cura; diálogos e ambiguidades entre profissionais de saúde, pacientes, famílias, gestores e comunidade; desenvolvimento local de políticas públicas de saúde, entre outros. É precisa, portanto, a presença da preposição de lugar “em” que, com as expressões “etnografias” e “serviços de saúde”, confere título ao livro.
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