Este ensaio se propõe a narrar sobre o acontecido numa tarde em que leitores amadianos encontraram-se nos jardins do Museu Rodin, num dos Momentos de Leitura, programados pelo Proler-Salvador, para um reencontro e uma releitura do mais polêmico, mais lido e mais emblemático livro de Jorge Amado: Gabriela, cravo e canela, personagem que se insere num projeto consciente do autor de representar, na ficção, um modelo, um tipo ideal de mulher baiana, brasileira, símbolo de identidade nacional. Tal romance aponta para uma coerência ideológica do escritor com a estética do realismo socialista que defendia como elemento fundamental para validação da arte, os aspectos ligados ao folclore, ao riso, às expressões da arte popular. Pretende tangenciar pela trajetória literária do escritor e diante da grandeza e atualidade da sua obra, em especial Gabriela,cravo e canele, apresentar leituras possíveis do romance. O seu tempo, o contexto, as visões imaginárias construídas por brasileiros e estrangeiros sobre a Bahia e seu povo, alimentadas pela leitura do romance,a conformação do mundo das mulheres na estrutura social da Ilhéus de 1925, a história de Malvina, uma leitora de romances, a entrada e retorno de Gabriela às telas da TV.
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