Brasil
A presente pesquisa teve por objetivo analisar os modos como se estabelecem as relações entre os diferentes atores escolares no contexto da educação inclusiva e, por meio do ponto de vista de uma estudante com deficiência visual, identificar fatores que atuaram como barreiras ou facilitadores em seu processo de inclusão no ensino médio. Para tanto, realizamos um estudo de caso, de abordagem qualitativa, fundamentado nos pressupostos do interacionismo simbólico, em uma escola de ensino médio do município de Blumenau, S.C., Brasil. Como instrumentos de produção de dados, utilizamos a observação participante, entrevistas narrativas e pesquisa documental. Neste artigo, privilegiamos os relatos de uma estudante com deficiência visual e suas perspectivas sobre o seu processo de inclusão escolar. A estudante relata sua trajetória escolar desde o momento em que ficou cega até sua experiência no ensino médio, destacando os desafios e as possibilidades de aprendizagem vivenciados, as interações entre professores, colegas, bem como as dificuldades de estabelecer relações baseadas na amizade. Os resultados mostram que a educação inclusiva se constrói de forma complexa e dinâmica, mediante redes de interação entre diferentes elementos de ordem política, social e cultural. Atitudes, crenças e valores orientados por preconceito e estereótipos, como o capacitismo, podem definir os modos como as relações se estabelecem na escola e limitar o desenvolvimento da estudante. Por outro lado, a crença na capacidade do indivíduo, o trabalho colaborativo e a interação entre diferentes atores e instituições possibilitam a construção de sua autonomia, garantindo seu direito à e na educação.
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