Diogo Silva Corrêa, Paula Baltar
This article seeks to make an analytical effort to recover the concept of ontology in philosophy and anthropology in the first two decades of the 21st century. Our hypothesis is that this ontological turn in the human sciences, despite its internal variations, can be defined by an anti-Narcissus movement of obsessive search for a radical alterity. In the case of philosophy, it shows itself through the recognition of the status of reality of that which does not concern the human; in the case of anthropology, this recognition turns to non-Western concepts or forms of life. Finally, we seek to show how both disciplines seek to transform this access to otherness into a way of calling oneself (human being or Western concepts) in question. In philosophy, this other is imagined in the spaces indifferent to human or in the fictional teratological characters; in anthropology, it is about another form of life or other conceptual metaphysics.
Dans cet article nous cherchons à procéder à une dépuration analytique de la reprise du concept d'ontologie en philosophie et en anthropologie des deux premières décennies du xxi e siècle. Notre hypothèse est que ce « tournant ontologique » dans les sciences humaines, malgré ses variations internes, peut être défini par un mouvement « anti-narcissique » de recherche obsessionnelle d'une altérité radicale. Dans le cas de la philosophie, cette recherche se manifeste par la reconnaissance du statut de la réalité de ce qui ne concerne pas à l'humain ; dans le cas de l'anthropologie, cette reconnaissance se tourne vers des concepts ou des formes de vie non occidentaux. Enfin, nous essayons de montrer comment les deux disciplines cherchent à transformer cet accès à l'autre en un moyen de se remettre (l'être humain ou les concepts occidentaux) en question. Dans la philosophie, cet autre est imaginé dans des espaces indifférents à l'humain ou dans les personnages de fiction tératologiques ; en anthropologie, c'est un autre mode de vie ou une autre métaphysique conceptuelle
No presente artigo procura-se realizar uma depuração analítica da retomada do conceito de ontologia na filosofia e na antropologia das duas primeiras décadas do século xxi. Nossa hipótese é que essa virada ontológica nas ciências humanas, a despeito de suas variações internas, tem em comum um movimento antinarcísico de busca obsessiva por uma alteridade radical. No caso da filosofia, essa busca se mostra por meio do reconhecimento do estatuto de realidade daquilo que não concerne ao humano; no caso da antropologia, esse reconhecimento se volta para os conceitos ou formas de vida não ocidentais. Procuramos ainda mostrar como ambas as disciplinas buscam transformar o acesso ao outro numa forma de colocar a si mesmo (o ser humano ou os conceitos ocidentais) em questão. Na filosofia, esse outro é imaginado nos espaços indiferentes ao ser humano ou nas personagens ficcionais teratológicos; na antropologia, trata-se de uma outra forma de vida ou uma outra metafísica conceitual.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados