A versão da história tida como oficial é contada pela perspectiva do vencedor. Acaba-se por ter uma visão histórica acrítica e justificadora de várias barbáries cometidas ao longo da humanidade, notadamente contra a população negra. Essa visão, além de parcial, não raras vezes tratou – e trata – de invisibilizar as suas experiências, caracterizando-as como não-existentes ou não-credíveis. Dentro desse panorama histórico que constrói a sociedade e incute subjetividades, os indivíduos são forjados a partir de preceitos sociais racistas, sexistas, homofóbicos, etc. Nessa perspectiva é que essas populações invisíveis buscam emergir, notadamente na sua autovalorização como forma de contracultura e contrapoder, na utilização contra-hegemônica do seu próprio saber. Assim, através de uma análise teórica, o presente artigo pretende investigar a contribuição do movimento hip-hop no processo de valorização da cultura produzida na periferia, verificando como se dá a construção da identidade hip-hop e os processos de invisibilização e as possibilidades que se abrem na vida do jovem negro da periferia, perpassando pela história do movimento até a sua chegada ao Espírito Santo e sua interrelação com o Direito. Propõe-se, contribuir com o debate, investigando o potencial do hip-hop, para se concluir o movimento como verdadeiro campo de possibilidades para um amanhã diferente.
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