Fronteiras solidárias, vidas solidárias. Narrativas sobre o deslocamento na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru

• Autores: Caroline Moulin
• Localización: Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana: REMHU, ISSN-e 2237-9843, Vol. 18, Nº. 35, 2010 (Ejemplar dedicado a: REMHU: "Políticas Migratórias")
• Idioma: portugués
• Enlaces
  • Texto completo
• Resumen

  • Em 2004, representantes dos países latino-americanos, reunidos na Cidade do México, elaboraram um Plano de Ação Multilateral (PAM) com o intuito de promover melhoras nos mecanismos de proteção a refugiados da região. Entre suas muitas propostas, o documento introduzia a idéia de fronteiras solidárias. O presente artigo representa um esforço em elucidar as consequências da junção entre fronteiras e solidariedade como estratégia de intervenção sobre a vida em deslocamento em contextos de crise. Ele se engaja, ainda, com as narrativas de oficiais nacionais e internacionais, assistentes sociais e funcionários de ONGs, bem como de associações formadas pelas famílias deslocadas, no contexto da Tríplice Fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. São propostos três diferentes entendimentos sobre solidariedade que dizem respeito a cada uma dessas perspectivas – gerencial, comunitário e autônomo – acentuando tanto os problemas quanto os aspectos positivos que podem ser suscitados quando se aborda as fronteiras a partir das lentes da solidariedade.Palavras-chave: Refugiados; Fronteiras; Solidariedade; Soberania; DeslocamentoIn 2004, Latin American countries’ representatives, gathered in Mexico City, devised a multilateral Plan of Action (MPA) in order to foster an improvement on refugee protection mechanisms in the region. Among its many proposals, the document advanced the idea of borders of solidarity. This paper is an attempt to make sense of these assumed new modes of governance of borders, trying to elucidate multiple perspectives and mechanisms of dealing with life in displacement in crisis contexts. The paper follows the narratives stemming from national and international officials, NGOs and assistance workers and displaced families’ associations, in the context of the Tri-Border area between Brazil, Colombia and Peru. I propose three varying understandings of solidarity that speak to each of these perspectives - managerial, communitarian and autonomous - stressing the problems and also the positive aspects that might be learned from approaching borders through the lenses of solidarity. Keywords: Refugees; Borders; Solidarity; Sovereignty; Displacement