ResumoEste artigo tem por objetivo analisar o processo sócio-histórico de construção do ideal de maternidade na passagem do século XIX para o XX no Brasil, cotejando o saber médico em constituição no período. Toma-se como fontes 39 teses apresentadas pelos formandos da Faculdade de Medicina da Bahia no período, a Gazeta Médica da Bahia, órgão oficial de divulgação das publicações científicas da área, dados censitários e a legislação referente ao tema. A análise indica que o campo médico se apoiou fundamentalmente no higienismo para se legitimar, desqualificando e sobrepondo os conhecimentos oriundos dos saberes tradicionais, os valores e práticas familiares voltados para a saúde das novas gerações.AbstractThis article aims to analyze the socio-historical construction of the ideal of maternity by the medical discourses in the nineteenth to the twentieth century. Thirty-six theses presented by the graduates of the Bahia Medical School during the period were used as sources, as Gazeta Médica da Bahia, the official agency for the dissemination of scientific publications in the area, census data and legislation on the subject. The analysis indicates that the medical field relied heavily on hygienism to legitimize, disqualify and overlap knowledge from traditional knowledge, family values and practices aimed at the health of the new generations.
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