Este ensaio examina a gradual aproximação de Clarice Lispector—e das inúmeras narradoras e personagens em que ela se desdobra—à coisa-eu-que-morre. Para acercar-me ao tema, referir-me-ei brevemente a diversas pistas deixadas pela autora sobre a intersecção entre a consciência da morte e a construção do indivíduo em conversas e entrevistas, assim como em sua ficção, em geral. Em seguida, focarei especificamente o romance-pulsações Um sopro de vida (1978), com o objetivo de melhor vislumbrar a relação entre a inevitabilidade da morte e a estruturação de uma imagem de eu e de um plano de vida para as personagens clariceanas
This essay reveals how Brazilian writer Clarice Lispector envisioned the effects of death on her narrators and protagonists, and those individuals’ conception of a self and of a life plan. A close analysis of selected passages of Lispector’s interviews and personal statements confirms subtle clues embedded in her fiction – and particularly in her novel A Breath of Life, published posthumously in 1978 – about the relationship between imminent death and her characters’ self-perception.
Counterintuitively, we see that the imminence of death does not bring about clarity and sense-making among Lispector’s characters but, rather, a sense of wonder and continuous discovery
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados