Hasta la década de 1970, Robert Merton fue una figura central de la sociología estadounidense. Posteriormente, sus aportes sobre problemas sociales y producción de conocimientos científicos (enmarcados en un paradigma positivista y funcionalista) fueron criticados desde perspectivas constructivistas. Bajo ciertos matices, surgieron dos corrientes de investigación que abordaron, por un lado, el carácter socialmente construido de la ciencia y, por otro, el de los problemas sociales. Si bien ambas corrientes trataron algunos problemas en común, la imbricación entre ambas ha sido poco estudiada. Tampoco se indagó suficientemente en sus aportes y falencias específicas para pensar la construcción científica de problemas sociales. Indagar en estas vacancias no tiene solo valor teórico, sino también político, en tanto la ciencia se ha convertido, en las últimas décadas, en parte fundamental de la toma de decisiones para desarrollar soluciones a problemas de orden público. Este artículo presenta una revisión bibliográfica del desarrollo de ambas corrientes en función de tres objetivos. En primer lugar, analizamos cómo la construcción de problemas sociales implica el desarrollo de agendas de investigación orientadas a reordenar la sociedad. En segundo lugar, analizamos la compleja articulación de intereses y recursos materiales en el diseño de hechos científicos que definen dinámicas de intervención social. En tercer lugar, analizamos cómo los objetos científicos articulan problemas sociales y problemas de conocimiento. En las conclusiones exponemos cómo ambas corrientes pueden enriquecerse entre sí y proponemos el concepto de “objeto problemático” para pensar cómo las investigaciones enmarcadas en problemas sociales agencian dinámicas de intervención pública.
Until the 1970s, Robert Merton was a central figure in American sociology. His contributions regarding social problems and the production of scientific knowledge (framed within a positivist and functionalist paradigm) were later criticized from constructivist perspectives. From that criticism, two schools of research emerged and addressed, on one hand, the socially constructed nature of science and, on the other, that of social problems. Although both approaches undertook some problems in common, the overlap between the two has been little attended. Their specific contributions and shortcomings concerning thoughts on the scientific construction of social problems was also insufficiently investigated. Researching these gaps has not only a theoretical value, but also a political one, as science has become, in recent decades, a fundamental part of decision-making in developing solutions to public problems. This article presents a bibliographic review of the development of both schools based on three objectives. Firstly, we analyze how the construction of social problems implies the development of research agendas aimed at reordering society. Secondly, we analyze the complex articulation of interests and material resources in the design of scientific facts that define social intervention dynamics. Finally, we analyze how scientific objects articulate social and knowledge problems. The conclusion shows how both approaches can enrich each other and proposes the concept of “problematic object” to think about how research framed in social problems influences the dynamics of public intervention.
Até a década de 1970, Robert Merton foi uma figura central na sociologia americana. Posteriormente, suas contribuições sobre os problemas sociais e a produção de conhecimento científico (enquadradas em um paradigma positivista e funcionalista) foram criticadas a partir de perspectivas construtivistas. Sob certas nuances, emergiram duas correntes de pesquisa que abordaram, por um lado, o caráter socialmente construído da ciência e, por outro, o dos problemas sociais. Embora ambos os fluxos tratassem de alguns problemas em comum, a sobreposição entre os dois foi pouco abordada. Tampouco suas contribuições e deficiências específicas foram suficientemente investigadas para se pensar a construção científica dos problemas sociais. Investigar essas vagas tem valor não apenas teórico, mas também político, pois a ciência se tornou, nas últimas décadas, parte fundamental da tomada de decisão para desenvolver soluções para os problemas de ordem pública. Este artigo apresenta uma revisão bibliográfica do desenvolvimento de ambas as correntes com base em três objetivos. Primeiramente, analisar como a construção de problemas sociais implica o desenvolvimento de agendas de pesquisa voltadas ao reordenamento da sociedade. Em segundo lugar, analisar a complexa articulação de interesses e recursos materiais na concepção de fatos científicos que definem dinâmicas de intervenção social. Terceiro, analisar como os objetos científicos articulam problemas sociais e problemas de conhecimento. As conclusões mostram como ambos os fluxos podem enriquecer um ao outro e propomos o conceito de “objeto problemático” pensar sobre como a pesquisa enquadrada em problemas sociais cria dinâmica de intervenção pública.
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