El frustrativo, una categoría gramatical presente en varias lenguas sudamericanas y de otras partes del mundo, indica que algún resultado o consecuencia de la eventualidad expresada en la proposición no ha tenido efecto. En un sentido estricto (Overall 2017), señala que la eventualidad se completó, pero sin los efectos esperados; sin embargo, también puede indicar que aquella no llegó a completarse o iniciarse. El examen de los datos de varias lenguas muestra que la alternancia entre estos dos (grupos de) significados es sistemática en la interacción del frustrativo con el aspecto. Así, por ejemplo, en algunas lenguas el frustrativo tiene por defecto el valor de eventualidad completada sin los efectos esperados, y adquiere el valor de eventualidad no completada o iniciada cuando coocurre con morfología imperfectiva, mientras que en otras lenguas ocurre lo inverso: el valor por defecto es el segundo mencionado, y el primero de ellos se obtiene cuando el frustrativo coocurre con morfología perfectiva. En el presente artículo proponemos un análisis formal del frustrativo como aspecto utilizando la noción de inercia (Dowty 1979) a partir, principalmente, de datos de dos lenguas sudamericanas: el chorote (mataguayo, Argentina y Paraguay) y el mẽbengokre (jê, Brasil).
O frustrativo, uma categoria gramatical presente em várias línguas da América do sul e de outras partes do mundo, indica que algum resultado ou consequência da eventualidade expressada na proposição não ocorreu. Num sentido estrito (Overall 2017), o frustrativo indica que a eventualidade foi completada sem o efeito esperado; no entanto, também pode indicar que ela não foi completada ou mesmo iniciada. A análise de dados de várias línguas mostra que a alternância entre esses dois (conjuntos de) sentidos é sistemática na interação do frustrativo com o aspecto. Desse modo, por exemplo, em algumas línguas o frustrativo tem por defeito o sentido de eventualidade completada sem as consequências esperadas, e adquire o sentido de eventualidade não completada ou iniciada quando ocorre com o aspecto imperfectivo, enquanto que em outras línguas encontra-se o inverso: o sentido por defeito é o segundo, e o primero sentido ocorre quando o frustrativo ocorre com aspecto perfectivo. Neste artigo, propomos uma análise formal do frustrativo como aspecto, empregando a noção de inércia (Dowty 1979), baseando-nos principalmente em dados de duas línguas sul-americanas: o Chorote (Mataguaio, Argentina e Paraguai) e o Mẽbengokre (Jê, Brasil).
The grammatical category of frustrative, present in various languages from South America and other parts of the world, indicates that some result or consequence of the event expressed in a proposition hasn’t obtained. In a strict definition (Overall 2017), it shows that the event culminated but without the expected effect; however, it can also indicate that the event was not completed or initiated. The analysis of data from various languages shows that there is a systematic alternation between these two (groups of) meanings when frustrative interacts with aspect. Thus, for instance, in some languages the frustrative morpheme carries by default the meaning of completion without the expected effects, and acquires the value of not culminated or not initiated eventuality when it co-occurs with imperfective morphology. In other languages, the inverse occurs: the default value of frustratives is the latter, while the former is obtained when frustrative co-occurs with perfective morphology. In the present article we propose a formal analysis of frustrative as aspect using the notion of inertia (Dowty 1979), examining primarily data from two South American languages: Chorote (Mataguayan, Argentina and Paraguay) and Mẽbengokre (Jê, Brazil).
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