En el presente artículo exploraré el concepto de narrativa de filiación de Dominique Viart para analizar cómo Julián Fuks construye la relación con sus padres y hermanos y de qué modo las migraciones de los antepasados forjaron la familia que llegó a San Pablo durante la última dictadura militar en Argentina. Esta novela de la era de la post-ficción aparece como testigo de nuestro tiempo, testigo de los horrores experimentados por tantos humanos que han perdido su humanidad en los sótanos de los centros de tortura o en los campos de exterminio durante la Segunda Guerra Mundial. Dicha literatura de resistencia se caracteriza por la ausencia de linealidad, la tensión entre lo real y lo ficticio, la investigación, el uso de hipótesis, plausibles o inverosímiles, y la preocupación por el tema social. Esta "escritura de la restitución", según las palabras de Viart, pone en duda sus propias investigaciones y sospecha de discursos y conceptos, rechaza ideas listas y verdades ya establecidas. La postura enunciativa queda explícita y el lector sabe quién habla y cuál es el lugar desde donde habla el narrador.
In this article I will explore Dominique Viart’s concept of filiation narrative to analyze how Julián Fuks constructs his relationship with his parents and siblings, and how the migrations of his ancestors forged the family that ended up in São Paulo during Argentina’s most recent military dictatorship. This novel of the post-fiction era seems to pay witness to our times, a witness to the horrors experienced by so many human beings who lost their lives in the dungeons of the torture centers or the extermination camps during the Second World. This literature of resistance is characterized by a lack of linearity, by the tension between the real and the fictional, by investigation, by the resort to hypotheses, whether plausible or implausible, and a concern with social issues. This “writing of restitution,” to use Viart’s words, casts doubt on its own investigations and is wary of discourses and concepts, rejects ready-made ideas and well-established truths. The enunciative posture is made explicit and the reader knows who is speaking and where the narrator is speaking from.
Neste artigo explorarei o conceito de “narrativa de filiação”, de Dominique Viart, para analisar como Julián Fuks constrói sua relação com seus pais e irmãos e como as migrações dos ancestrais forjaram a família que veio parar em São Paulo durante a última ditadura militar na Argentina. Esse romance da era da pós-ficção aparece como testemunha do nosso tempo, testemunha dos horrores vivenciados por tantos humanos que perderam sua humanidade nos porões dos centros de tortura ou nos campos de extermínio durante a Segunda Guerra. Essa literatura de resistência se caracteriza pela ausência de linearidade, pela tensão entre o real e o ficcional, pela investigação, pelo recurso a hipóteses, plausíveis ou implausíveis, e pela preocupação com a questão social. Essa “escrita da restituição”, nas palavras de Viart, coloca em dúvida suas próprias investigações e desconfia de discursos e conceitos, recusa as ideias prontas e as verdades bem estabelecidas. A postura enunciativa é explicitada e o leitor sabe quem fala e de que lugar fala o narrador.
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