Vania Bustamante, Ana Marcena Santos
O objetivo deste trabalho foi traçar o perfil dos usuários de um serviço de saúde mental, que atende crianças e suas famílias, em Salvador (Bahia), e refletir sobre o modo como o serviço acolhe as demandas. Com base nas fichas de acompanhamento de 619 crianças atendidas entre os anos de 2012 a 2016, verificou-se a predominância de crianças do sexo masculino (63,2%), entre as idades de seis e dez anos (40,9%), pertencentes a famílias nucleares (47,2%), encaminhadas por instituição (48,9%). Dentre as famílias que chegaram ao projeto, 71,5% explicitaram a existência de queixas, predominando os problemas de comportamento, com diferenças entre meninos e meninas. Os resultados encontrados vão ao encontro dos achados de publicações anteriores e avançam ao evidenciar-se dados sobre temas pouco abordados na literatura, como o padrão de frequência dos usuários. Reflete-se sobre a alta proporção de famílias que deixam de frequentar esse serviço após alguns encontros. Argumenta-se que isto não deve ser entendido necessariamente como não adesão ou como abandono, pois o serviço busca propiciar a autonomia das famílias, mantendo o espaço disponível para que as mesmas retornem quando necessário.
The objective of this work was to outline the profile of the users of a mental health service, which serves children and their families, in Salvador (Bahia). A quantitative study was carried out, with frequency identification and cross-checking between the variables:
gender, age, family arrangement, mode of arrival, reason for searching and number of times. The data were collected in the follow-up form of 619 children who arrived in the service during the period of 2012 to 2016. As results, the predominance of male children (63.2%) between the ages of six and ten years (40.9%), belonging to nuclear families (47.2%), sent by other institutions (48.9%). Among the families that arrived at the service, 71.5% explained the existence of complaints. Behavior problems were the reason for a more recurrent demand among boys (46.77%) and also present in 26% of the girls. About 60.5% of the children and their families returned to service after the first meeting, with only 10% attending more than ten meetings. The results are in line with previous publications and are advancing by bringing data about topics that are not widely discussed in the literature, such as the frequency pattern of users, pointing the need of new research.
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