Marcelo Durão Rodrigues da Cunha, Júlia Freire Perini
This article aims to clarify Reinhart Koselleck's criticism to the idea of modern utopianism, by seeking to analyze what the historian understands as the temporalization of utopia. Therefore, we first seek to explain the meaning of Koselleck's idea of temporalization, while framing it as a central feature of his theory of the historical times and of his criticism on Western modernity. Secondly, we argue that Koselleck’s critical position vis-à-vis political utopianism was already present in his Critique and crisis (1959), specially as his means of understanding the emergence of the modern philosophies of history and as his way of overcoming the depoliticisation phenomenon which was regarded by him as a feature of the Enlightenment thinking of eighteenth-century Europe. Finally, the clarification of these issues allows us to develop the two general objectives intended with the writing of this article: to demonstrate the centrality of utopia criticism in Koselleck's theoretical writings and to discuss to what extent the solutions undertaken by the historian to the exhaustion of the modern utopian interpretation of historical change are plausible responses to overcome the contemporary crisis of time, especially in the so-called peripheries of the Western world.
Este artigo tem o objetivo de esclarecer o lugar ocupado pela crítica à utopia nos escritos teóricos de Reinhart Koselleck, buscando explorar aquilo que é entendido pelo historiador alemão como o fenômeno de temporalização da utopia. Para tanto, procuramos em um primeiro momento esclarecer o significado da noção de temporalização na obra desse autor, a entendendo como parte central para a compreensão da teoria koselleckiana dos tempos históricos e de sua crítica à modernidade. Em seguida, analisamos a importância assumida pela crítica à utopia no trabalho do historiador desde a escrita da obra Crítica e crise (1959), a compreendendo como parte de sua tentativa de apreensão dos fenômenos da despolitização e do surgimento das modernas filosofias da história no século XVIII europeu. Finalmente, o trato com esses pontos é o que nos permite desenvolver os dois objetivos gerais pretendidos com a escrita do presente artigo: demonstrar a centralidade da noção de utopia – e de sua crítica – nos escritos teóricos de Koselleck e discutir em que medida as soluções empreendidas pelo historiador ao esgotamento da lógica moderna de interpretação utópica da mudança histórica se constituem como respostas plausíveis para se superar a crise contemporânea do tempo, sobretudo, nas periferias do mundo ocidental.
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