Este artigo enfatiza a discussão em torno das representações e usos efetivos da Casa de Detenção do Recife no contexto da reforma prisional do império. Símbolo da civilidade e modernidade penal, mas também de controle e segurança pública, a Casa de Detenção do Recife era apreendida pelos gestores da cidade como um instrumento cuja finalidade era dirimir e sanear as práticas criminosas de parcela da população reputada como desregrada e afeita ao delito. Por outro lado, um conjunto de segmentos populares, longe de endossar essa representação da instituição prisional, apropriaram-se da prisão como uma zona de comércio. Entre a “instituição tranquilizadora” e a “casa de comércio”, entre as representações da parcela da elite e as usos efetivos da instituição, que reconstituiremos aspectos da história da reforma prisional tal qual vivenciada no Recife na segunda metade do Oitocentos.
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