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Resumen de O feminino como excesso obsceno em o conto da Aia, de Margeret Atwood

Gabriela Bruschini Grecca

  • português

    Este artigo buscará compreender como a narrativa de O conto da aia (1985), distopia feminina da canadense Margaret Atwood, pode ser colocada em diálogo com o conceito de “excesso obsceno”, de Slavoj Žižek (2003), para compreender a formação do universo distópico patriarcal da República de Gilead. Mais do que um bode expiatório, a figura feminina sexualizada e emancipada dos antigos Estados Unidos, cujo caráter revolucionário foi cooptado pelo capitalismo para transformá-lo em uma das peças para o funcionamento do liberalismo econômico, se torna destituída de todos os seus direitos civis na transformação dos EUA em República de Gilead. Nesta nação, as mulheres são respeitadas apenas enquanto instrumento de reprodução, privadas de direitos fundamentais, incluindo o de serem protagonistas de suas próprias histórias. Desta forma, o conceito de excesso obsceno parece auxiliar no entendimento de como uma ideologia é capaz de criar seu próprio excedente, para depois desejar livrar-se dele e convencer a população a exterminá-lo. O conto da aia, ao revelar os processos envolvidos nesta estratégia, reflete criticamente sobre como mesmo uma nação que possui bases democráticas aparentemente consolidadas carrega em si a dimensão fantasmática do radicalismo e do fundamentalismo em suas próprias fissuras, sujeitas a ascenderem e tolherem as liberdades individuais tanto quanto nas sociedades totalitárias. Ou, nas palavras de Žižek (2003, p. 71), retrata o fascismo enquanto excesso obsceno latente do capitalismo, mantendo, nas palavras de Walter Benjamin (1987), uma verdadeira situação de barbárie, a partir do fechamento da história e do silenciamento da voz do oprimido.

  • English

    This article seeks to understand how the narrative of The Handmaid’s Tale (1985), female dystopia by Canadian Margaret Atwood, can dialogue with Slavoj Žižek's (2003) concept of "obscene supplement" to understand the formation of the dystopian universe of the Republic of Gilead. More than a scapegoat, the sexualized and emancipated female figure of the old United States, whose revolutionary character was co-opted by capitalism to make it one of the pieces for the functioning of economic liberalism, becomes devoid of all of their civil rights in the transformation of the USA in the Republic of Gilead. In this nation, women are respected only as an instrument of reproduction, deprived from fundamental rights, including that of being protagonists of their own stories. In this way, the concept of obscene supplement seems to aid in the understanding of how an ideology is capable of creating its own surplus, and then wishes to rid itself of it and persuade the population to exterminate it. The Handmaid’s Tale, by revealing the processes involved in this strategy, critically reflects on how even a nation with apparently consolidated democratic foundations carries within itself the phantasmatic dimension of radicalism and fundamentalism in its own fissures, subject to rise and to restrain individual freedoms as much as in totalitarian societies. Or, in the words of Žižek (2003: 71), it portrays fascism as a latent obscene excess of capitalism, maintaining, in the words of Walter Benjamin (1987), a real barbaric situation, parting from the closing of history and the silencing of the voice of the oppressed.


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