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Teoria e história: uma relação tensionada

    1. [1] Universidade Federal de São Paulo

      Universidade Federal de São Paulo

      Brasil

  • Localización: Human Review: International Humanities Review / Revista Internacional de Humanidades, ISSN-e 2695-9623, Vol. 2, Nº. 1, 2013
  • Idioma: portugués
  • Títulos paralelos:
    • Theory and History: A Delicate Relationship
  • Texto completo no disponible (Saber más ...)
  • Resumen
    • español

      Existe uma tensão entre Teoria e História: “[...] a poesia é mais filosófica e de caráter mais elevado que a história, porque a poesia permanece no universal e a história estuda apenas o particular” (Aristóteles, 2007, 43). Esta afirmação de Aristóteles talvez tenha sido a primeira indicação da referida tensão entre as duas formas de conhecimento: a histórica e a teórica. Na citação acima, a filosofia é a referência de um pensamento hierarquicamente superior, sendo que sua legitimação enquanto tal passa pela universalidade de suas verdades. É importante salientar que a poesia nesta reflexão aristotélica é uma forma de conhecimento, embora difira da história no que concerne à matéria do conhecido: na primeira, o fato poderia ter acontecido; na segunda, aconteceu. Porque aconteceu, o fato é singular, e que poderia ter acontecido cai no âmbito do universal. Neste sentido, a chave para a compreensão da tensão entre história e teoria é a universalidade ou singularidade do conhecimento adquirido: “[...] é evidente que não compete ao poeta narrar exatamente o que aconteceu; mas sim o que poderia ter acontecido, o possível, segundo a verossimilhança ou a necessidade. O historiador e o poeta não se distinguem um do outro, pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso [...]. Diferem entre si porque um escreveu o que aconteceu e o outro o que poderia ter acontecido” (Aristóteles, 2007, 43). Ao situar a história em nível menos elevado que a poesia, Aristóteles parece ter suscitado em pensadores contemporâneos a ideia da distinção entre conhecimento histórico e conhecimento teórico. O presente estudo versa sobre a natureza do conhecimento histórico e seus impasses metodológicos no uso dos referenciais teóricos necessários às suas indagações fundamentais.

    • English

      There is a tension between Theory and History: “[...] poetry is more philosophical and of a higher character than history, because poetry remains in the universal sphere whilst history studies only the particular” (Aristotle, 2007: 43). This statement of Aristotle was perhaps the first indication of that tension seen between these two forms of knowledge: historical and theoretical. In the quote above, philosophy is the reference of a thought hierarchically higher, and its legitimacy as such involves the universality of its truths. Additionally, it is of paramount importance to state that poetry in this aristotelian reflection is considered a form of knowledge, although differing from history regarding the matter of the ‘known’: in the first one, the fact could have happened, while in the second it certainly happened. And as it happened, the fact is singular, and what could have happened falls into the universal sphere. In this sense, a key to understand the tension mentioned above is the uniqueness and the universality of the knowledge acquired: “[...] It is clear that it is not up to the poet to narrate exactly what happened, but what could have happened, ‘the possible’, in accordance with the likelihood or necessity. The historian and the poet are not distinguished from each other by the fact of the first write in prose and the second in verse [...]. They differ from each other because one wrote what happened and what else could have happened” (Aristotle, 2007: 43). By situating the history in a lower level in comparison with poetry. Aristotle seems to have aroused in contemporary thinkers the idea of the distinction between historical knowledge and theoretical knowledge. This study deals with the nature of historical knowledge and their methodological difficulties in the use of theoretical frameworks, which are necessary to address their fundamental questions.


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