Socorro, Portugal
Este artigo centra-se na hipótese dos portugueses de Angola e de Moçambique (nascidos nesses territórios ultramarinos ou neles domiciliados) não se terem sentido repatriados nem retornados à pátria de nacionalidade, por terem sido forçados a deixar as duas antigas colónias antes das respectivas independências devido ao estado de violento conflito armado em Angola e de emergência social vigente em Moçambique. O acelerado processo de descolonização e a transferência de poderes para os governantes africanos tornou insustentável a permanência da esmagadora maioria dos ex-colonos. Muitos nacionais que deixaram a África portuguesa assumiram-se (e alguns ainda se assumem) como deslo-cados de guerra, transportados involuntariamente para um país com o qual tinham poucas ou nenhumas afinidades. Não se sentiram repatriados, mas “outsiders”, como estrangeiros indesejados numa nação que, falando a mesma língua e aplicando a mesma legislação, lhes era estranha nos costumes e na mentalidade.
The hypothesis of this article focus on the Portuguese former settlers from Angola and Mozambique (who were born or settled in the overseas territories) have not been felt as returnees in their nationality country because they having been forced to leave the two former colonies before independence due to the violent armed conflict in Angola and the social emergency state occurred in Mozambique. Many of those Portuguese who left Africa defined themselves as displaced persons who were involuntarily transported to a country with which they had little or no affinities. They did not feel as repatriated, but as unwanted foreigners, a kind of “outsiders”, despite they spoke the same language and knew the legislation. Portugal was a strange place to them, where their behavior and mentality were negatively pointed to remark that they were different from the others Portuguese.
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