Roberto Radünz, Renata Siuda-Ambroziak
Este artigo propõe uma análise do discurso histórico-sociológico-cultural a respeito da escravidão no Brasil a partir de determinados processos-crimes que envolvem sujeitos escravizados negociando sua condição cativa. Esses processos estão acervados no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS) e apresentam o seguinte binômio: infanticídio e tentativa de suicídio. Eles tratam de mães escravas que em momentos diferentes mataram seus filhos e depois tentaram suicídio. Nesses processos existem alegações de possessão demoníaca e outras argumentações semelhantes que foram usadas para tentar explicar esse ato limite. Em todos esses casos, o fio condutor é a violência presente na cultura escravista que marcou o Brasil e que, de certa forma, não foi superada pela Abolição da Escravatura de 1888.
This article proposes a historic-sociologic-cultural discourse analysis regarding the slavery in Brazil through determined criminal judicial procedures that concern enslaved subjects negotiating their captive condition. These procedures are archived in the Public Archive of Rio Grande do Sul State (APERS) and they present the following binominal: infanticide and suicide attempt. They refer to slave mothers that in different moments killed their own children and then attempted suicide. In these procedures there are allegations of demonic possession and other similar argumentations that were used to try to explain this limit act. In all of these cases, the common thread is the violence present in the enslaving culture that marked Brazil and that, to a certain degree, was not overcome by the Abolition of Slavery in 1888.
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados