Adauto Lopes da Silva Filho, Fátima Maria Nobre Lopes, Maria Zélia Pinto da Silva, Victor Motta
O trabalho tem como objetivo demonstrar que as determinidades dos estranhamentos na sociedade atual têm a sua gênese no trabalho produtivo, estendendo-se nos complexos sociais, e conduzindo o desempenho do trabalhador como princípio de realidade, incidindo, inclusive, no trabalho docente universitário. Toma como base o pensamento de Marx, Lukács e Marcuse a partir de algumas de suas obras clássicas, fazendo uma análise imanente das mesmas, trazendo evidencias da questão aqui tratada. O marco teórico das suas concepções, apesar das especificidades de cada um, converge para a questão do trabalho estranhado a partir do qual se determina o principio de realidade voltado para o desempeno do trabalhador com vista à sua exploração e controle da sua vida social. A pesquisa é de cunho teórico tomando como base metodológica a dialética materialista que, diga-se de passagem, condiz com a própria teoria dos pensadores em pauta. Nos resultados e conclusões destacamos o duplo aspecto do trabalho no capitalismo: a sua dimensão de criador de valor de uso e a sua dimensão de valor de troca, aspecto que mantem o capitalismo ao tornar o trabalhador uma mercadoria gerando estranhamentos diversos cujo principio de realidade é o trabalho estranhado e as suas determinações baseadas no principio de desempenho. A partir desse principio de realidade destaca-se a sobrecarga do trabalho docente para as suas pesquisas, orientações, produções e outras atividades complementares (extensão, administração, coordenação, etc.), exigindo do professor eficácia e rapidez, e a constante disposição para tais atividades. Tudo isso não deixa de potencializar um estranhamento no seu trabalho, estresses profundos e interferir na sua qualidade de vida. No entanto não se pode prescindir da dimensão afetiva que o docente tem pelo seu trabalho, a sua dedicação e esmero com os quais realiza as suas funções: o amor ao próximo e o desempenho em formar os indivíduos.
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