The aim of the article is to propose, in confluence with Gaston Bachelard's philosophy, a pedagogy of no, inspired in the figure of the dreamer's cogito to reflect about an education for the imagination. Bachelard's philosophy of no is the basis for the construction of a pedagogy of no, expressed as a pedagogy of dialogue, which puts the concept and image in a complex and complementary relationship, as extensions of open rationalism and creative imagination. Then, the dreamer's cogito is evoked for the study of reverie and the imaginary, within the framework of the material imagination of the four elements (earth, water, fire and air). These preambular steps are necessary to reach education for the imagination, whose dimension of Bildung operates through euphemisation. Like function of the imagination, euphemization tends to transform suffering, death and nothingness into something acceptable, not as denial, but as a prospective dynamism that tries to improve the situation of man in the world. An example of this dynamism are literary images, with the polysemy and polyphony that characterize them and elevate them to the domain of the stranger and transgression in relation to the order of the primary sense. In this way, we intend to show how the pedagogy of no and the cogito of the dreamer are articulated in the proposal of an education for the imagination guided by the function of euphemization. In addition to the aforementioned philosophy of Gaston Bachelard, the theoretical contributions of Gilbert Durand and Jean Jacques Wunenburger are invited for this study.
O objetivo deste artigo é propor, em confluência com a filosofia de Gaston Bachelard, uma pedagogia do não inspirada na figura do cogito do sonhador para refletir sobre uma educação para a imaginação. Parte-se da filosofia do não de Bachelard para a construção de uma pedagogia do não, expressa como pedagogia do diálogo, que põe em relação complexa e complementar o conceito e a imagem, como prolongamentos do racionalismo aberto e da imaginação criadora. Na sequência, o cogito do sonhador é evocado para o estudo do devaneio e do imaginário, no quadro da imaginação material dos quatro elementos (terra, água, fogo e ar). Esses passos preambulares são necessários para se chegar à educação para a imaginação, cuja dimensão de Bildung se opera por meio da eufemização. Como função da imaginação, a eufemização tende a transfigurar o sofrimento, a morte e o nada em algo aceitável, não como negação, mas como dinamismo prospectivo que tenta melhorar a situação do homem no mundo. Exemplo desse dinamismo são as imagens literárias, com a polissemia e a polifonia que as caracterizam e as alçam ao domínio do estranho e da transgressão em relação à ordem do sentido primário. Desse modo, intenta-se mostrar como a pedagogia do não e o cogito do sonhador se articulam na proposição de uma educação para a imaginação pautada pela função de eufemização. São convocadas para este estudo, além da já mencionada filosofia de Gaston Bachelard, as contribuições teóricas de Gilbert Durand e Jean Jacques Wunenburger.
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados