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Resumen de Maria Firmina dos Reis: a literatura subversiva de uma mulher negra contra a escravidão no brasil do século XIX

Susan de Oliveira

  • English

    For over a century, the Brazilian literary canon ignored the name of Maria Firmina dos Reis, the first black woman to write an abolitionist novel in Brazil, still in the midst of the slave order: Úrsula (1859). She was also the author of short stories and poetry, as well as the novel Gupeva (1861-1862). Maria Firmina dos Reis also stood out as an intellectual who challenged the patriarchal order, having worked in the area of education with ideas that were innovative for the time. In order to discuss the absence of Maria Firmina dos Reis from the Brazilian literary canon, this article analysed aspects of the author's life, characteristics of her work, and texts and documents of the nineteenth century and dialogued with more recent research that identified the historical and political reasons for the lack of knowledge of the author in recent Brazilian literary historiography. It was evidenced that the absence of Maria Firmina dos Reis from the discursive production of literary historiography was not only limited to the very context of the denial of civil rights of the black population during slavery in Brazil in the nineteenth century, but also reached the afrodescendants in the twentieth century, well after the Lei Áurea of 1888. In conclusion, the analysis of the work of Maria Firmina dos Reis allows us to highlight her critical position towards the slave society and the use of narrative resources of social denunciation, which allowed her to become one of the precursors of Afro-Brazilian literature, which emerged in the period of the abolitionist revolts, but received little attention from academic critics.

  • português

    O cânone literário brasileiro ignorou por mais de um século o nome de Maria Firmina dos Reis, a primeira mulher negra a escrever um romance abolicionista no Brasil, ainda em plena ordem escravocrata: Úrsula (1859). Maria Firmina dos Reis também foi autora de contos e poesias e ainda do romance Gupeva (1861-1862). Ademais, Maria Firmina dos Reis destacou-se como uma intelectual que desafiava a ordem patriarcal, tendo trabalhado no âmbito do magistério com ideias inovadoras para a época. Com o intuito de discutir a ausência de Maria Firmina dos Reis no cânone literário brasileiro, no presente artigo foram analisados aspectos da vida da autora, características da sua obra, textos e documentos do século XIX e se dialogou com as pesquisas mais recentes que identificaram motivos históricos e políticos para o desconhecimento da autora na recente historiografia literária brasileira. Ficou evidenciado que a ausência de Maria Firmina dos Reis na produção discursiva da historiografia literária não só se limitou ao próprio contexto da negação dos direitos civis da população negra durante a escravidão no Brasil, no século XIX, senão também atingiu os afrodescendentes no século XX, bem após a Lei Áurea (1888). Em conclusão, a análise da obra de Maria Firmina dos Reis permite destacar seu posicionamento crítico perante a sociedade escravocrata e o uso de recursos narrativos de denúncia social, que propiciaram que ela se tornasse uma das precursoras da literatura afro-brasileira, a qual surgiu no período das revoltas abolicionaistas, mas recebeu, até época recente, pouca atenção por parte da crítica acadêmica.


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