Face ao reconhecimento da importância dos cuidados familiares para a promoção do bem-estar das pessoas dependentes e à deficiente cobertura das redes formais de apoio social, tem-se consolidado um discurso de revalorização das solidariedades informais e, em particular, do envolvimento da família na prestação de cuidados aos seus elementos mais dependentes. Este discurso negligencia, contudo, o impacto que essa revalorização pode ter nas trajectórias femininas, desconsiderando o esforço que as mulheres têm feito para se demarcarem dos papéis que tradicionalmente lhes eram atribuídos. Partindo de uma pesquisa de âmbito qualitativo, baseada no testemunho de 34 cuidadores/as, intentamos reflectir sobre o papel das mulheres na prestação de cuidados a pessoas idosas dependentes.
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