Este ensaio procura fazer uma comparação entre dois contextos históricos nos quais a aliança entre arte, psiquiatria e psicanálise foi acionada como recurso na transformação das representações do fenômeno artístico e da loucura. Para tanto, parto de reflexões sobre as transformações nos sistemas de valores que regem o fenômeno artístico no Brasil, em meados do século XX, consagrando a singularidade individual como lócus da produção artística moderna. A aliança entre arte, psiquiatria e psicanálise foi fundamental nesse processo, no qual estratégias, ações e comportamentos dos atores sociais construíram um sistema de representações que transformava o papel imaginário e o lugar simbólico ocupado pelo criador. A partir desse processo, tracei uma comparação entre a aliança arte, psiquiatria e psicanálise naquele contexto e o recurso às manifestações artísticas no contexto atual da “Reforma Psiquiátrica”, mostrando que ambas as representações, do louco e do artista, se constituem de valores antagônicos que podem ser acionados em situações diversas
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