As campanhas militares em Moçambique e Angola no fim do Século XIX e principio do Século XX: A perspectiva do Capitao Antonio Braz
- Autores: Isabel Braz
- Localización: O Pelourinho: Boletin de Relaciones transfronterizas, ISSN-e 1136-1670, Nº. 26 (2ª Época : El "Avispero Colonial" o "Ninho de vespas Colonial"), 2022, págs. 157-179
- Idioma: portugués
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Resumen
António Braz foi um militar que viveu a História do seu tempo. O seu testemunho pode não ser científico ou com rigor histórico, mas tem o sabor da realidade e a precisão militar. Foi um protagonista da sua geração, participando activamente na História do seu País, na História de Angola e Moçambique por onde passou, e inclusivamente da Europa. Não é um nome conhecido da nossa História, mas conviveu com alguns que ficaram reconhecidos como heróis. Viveu o colonialismo como militar e como sertanejo.
A par de exercer no mato uma função militar, também desempenhou cargos de administração colonial. Participou nas chamadas campanhas de pacificação e na consolidação da ocupação militar do interior de Moçambique e de Angola. Em Moçambique participou nas campanhas dos Namarrais e dos Vátuas, construiu fortes, desenvolveu aldeias que foram a génese de vilas e algumas cidades de hoje, tendo percorrido a pé grandes distâncias do interior. Em Angola participou em campanhas militares desbravando a pé território desde Benguela até Nana-Candundo, já perto da fronteira com o Congo Belga. Mais tarde na fronteira do Sul lutou contra os alemães, confrontos que motivaram o envolvimento de Portugal na I Guerra Mundial, onde acabou prisioneiro de guerra depois da derrota na Batalha de La Lys. Este artigo é a visão do Capitão António Braz pela sua passagem por Moçambique e Angola, que deixou por escrito muitas das suas impressões, pormenores, descrições, ajudando a perceber o que efectivamente se passou no terreno, na génese do sistema colonial português.
