Knowledge about the figure of José Viana da Mota has been enriched, in recent years, and already after the pioneering study of João de Freitas Branco, with the publication of several musicological works collecting and analysing data on certain phases of his biographical and professional trajectory. However, in what concerns the 1910s, the extent of his involvement with the process of renewal of Lisbons’s musical life and its institutions—an issue that has long been identified in musical historiography— continues to await more detailed research, a situation that finds justification, in part, in the dispersion and unavailability of systematised primary source materials relating to this specific period. This article aims to contribute to filling this gap, exploring in a historical perspective, through the analysis of a vast set of hitherto unknown sources, coming in particular from an exhaustive survey in the press of the time, the institutional changes underway and the contours of Viana da Mota’s participation in this process, without forgetting the turbulent political scenario which at that time had profound implications for the entire cultural field. In this sense, it examines closely the situation of the Teatro de São Carlos at the beginning of the new republican regime, the circumstances in which Lisbon witnessed the establishment of a first series of symphonic concerts at the Teatro da República, the process that would culminate in the reform of the Conservatory in 1919, and also some aspects of Viana da Mota’s collaboration with the symphonic concerts held by the Teatro Politeama at the end of this decade.
O conhecimento sobre a figura de José Viana da Mota tem sido enriquecido, em anos recentes, e já após o estudo pioneiro de João de Freitas Branco, com a publicação de diversos trabalhos musicológicos coligindo e analisando dados sobre determinadas fases do seu trajecto biográfico e profissional. Todavia, no que se refere à década de 1910, a medida do seu envolvimento com o processo de renovação da vida musical lisboeta e das suas instituições – questão há muito identificada na historiografia musical – continua a aguardar investigação mais detalhada, uma situação que encontra justificação, em parte, na dispersão e na indisponibilidade de fontes primárias sistematizadas relativas a este período específico. O presente artigo visa contribuir para colmatar essa lacuna, explorando numa perspectiva histórica, por meio da análise de um conjunto vasto de fontes inéditas, procedentes em particular de um levantamento exaustivo na imprensa da época, as mudanças institucionais em curso e os contornos da participação de Viana da Mota nesse processo, sem esquecer o turbulento quadro político que por essa altura exercia implicações profundas sobre todo o campo cultural. Nesse sentido, examina-se de perto a situação do Teatro de São Carlos no início do novo regime republicano, as circunstâncias em que Lisboa assistiu ao estabelecimento de uma primeira série de concertos sinfónicos no Teatro da República, o processo que culminaria na reforma do Conservatório em 1919 e ainda alguns aspectos da colaboração de Viana da Mota com os concertos sinfónicos do Teatro Politeama no final desta década.
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