Desde dezembro de 2019, o mundo vive a pandemia da COVID-19. Ainda sem tratamento eficaz e com a imunoprevenção incipiente, mantêm-se a indicação de medidas clássicas de saúde pública, como o aumento da higiene, a restrição do contato interpessoal e o uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras. Contudo, é certo que a restrição de contato social gera vários efeitos adversos, especialmente sobre a liberdade individual. Nesse sentido, foi preciso adequar o manejo de corpos e limitar ou proibir ritos funerários. Utilizando-se da pesquisa bibliográfica e documental, buscou-se explorar o tema da limitação desses ritos derradeiros, sua normatização e reflexos antropológicos e teológicos, procurando encontrar propostas que equilibrem as limitações de biossegurança com o respeito à liberdade de culto. Entretanto, as restrições podem produzir efeitos deletérios, especialmente psicológicos, aos familiares e amigos do morto. No que se refere aos impactos religiosos, em especial para os fiéis cristãos católicos, os ritos mortuários têm alcance para além do acolhimento aos que ficam, mas atendem também ao fiel defunto, que agora nasce para a vida do Reino.
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