Socorro, Portugal
O que faz com que um animal seja considerado de companhia? Como constroem os humanos as categorias, ou as demarcações morais, éticas e sociais, que os levam a olhar para uns poucos animais como dignos de viver consigo, ou para si, e uns outros tantos não? (Em boa verdade, a maioria).
Como nos relacionamos com as diferentes espécies, em particular as domésticas, e com cada indivíduo de cada espécie? Que impactos benéficos tem essa interação, esse relacionamento, para a saúde e o bem-estar dos humanos? E quais as consequências destes modos de representação, interação e relação para as vidas desses animais que, apesar de tudo, são consequências forjadas a partir daquilo que é a interpretação dos humanos sobre um Outro que é diferente, que não fala, não porque não tenha voz, mas porque não articula uma linguagem inteligível à nossa razão? Como ultrapassar a ambiguidade de quem fala em representação de uma condição que nos traz à memória a advertência de Hegel, a de que “onde se está por representação, não se está”? Foi a questões como estas que a conferência Animais-Companheiros nas Vidas dos Humanos: Desafios Sociais e Éticos, organizada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ics-ulisboa) e pelo Centro de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, procurou responder, ao longo de dois dias, em novembro de 2018.
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