Resumen de Governar o lugar da peste: disputas políticas e construções simbólicas sobre a epidemia dos males no Governo do Marquês de Montebelo (Pernambuco, 1685-1695)

Bernardo Manoel Monteiro Constant

• English

  This paper aims to analyze how the emergence of a plague epidemic in Pernambuco influenced the political projects, actions and rethorical practices mobilized by D. Antônio Félix de Castro, Silva e Orosco, marquis of Montebelo and governor of the Captaincy of Pernambuco between 1690 and 1693. The plague is presented here as a thread via which to analyze relevant parts of Montebelo’s trajectory in Pernambuco, one that also allows the taking of political actions motivated by or in response to the epidemic as evidence for the study of relevant cultural aspects in the Portuguese world in the Early Modern age. Thus, it becomes necessary to explore the relationship between cultural representations of the plague and the political dynamics that took place in the regions hit by the epidemic, with particular interest in how the plague became a factor on the process of assigning symbolic meaning to physical space, as well as on the political consequences of this discursive operation.

• português

  O objetivo desse trabalho é questionar de que modo a emergência de uma epidemia de peste em Pernambuco influiu nas ações governativas, projetos políticos e práticas retóricas mobilizados pelo governador da capitania no período entre 1690 e 1693, D. Antônio Félix Machado de Castro, Silva e Orosco, marquês de Montebelo. Propõe-se aqui que a peste surge como fio condutor por meio do qual se pode analisar partes relevantes da trajetória de Montebelo em Pernambuco, fio que permite também observar as ações políticas executadas em resposta à epidemia como evidências para o estudo de aspectos culturais relevantes no mundo português da primeira Época Moderna. Assim, pretende-se explorar aqui a relação entre as representações culturais sobre a peste vigentes à época e as dinâmicas políticas dos locais onde a epidemia se abateu, com foco particular em como a peste se fez fator no processo de inscrição de conteúdo simbólico sobre o espaço físico, bem como sobre as consequências políticas de tal operação discursiva.