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Resumen de A pandemia e a "ambientalização" da geografia: um desafio epistêmico-político

Marcelo Lopes de Souza

  • español

    El propósito de este artículo es extraer de la pandemia de COVID-19 una lección profesional para los geógrafos: sin la intención (o la posibilidad) de regresar al pasado, es necesario revaluar, sin embargo, la quintaesencia de la identidad del discurso geográfico, que es una forma de construcción de objetos epistémicos comprometida con el diálogo entre investigación social (representada por lo que generalmente llamamos “Geografía Humana”) e investigación natural (representada por lo que generalmente llamamos “Geografía Física”). Esta revaluación, aquí llamada “ambientalización”, no apunta a nada demasiado ambicioso: no se defiende ninguna tesis exclusivista en el estilo “la Geografía debería ser eso, y nada diferente de eso”; simplemente defiende la idea de que un enfoque como el de la Geografía Ambiental, derivado de un esfuerzo de “ambientalización”, debe tener su lugar asegurado. La Geografía Ambiental, comprometida con la construcción de objetos epistémicos híbridos, nos permite movilizar las interfaces y el conocimiento necesarios para hacer frente a tareas complejas como el análisis de los efectos a corto y largo plazo de la pandemia, entre muchos otros temas. Sin embargo, el proyecto de la Geografía Ambiental no solo tiene que enfrentar desafíos intelectuales (¿qué conocimientos integrar, cómo integrar y con qué propósito integrar?), sino que al final se encuentra con obstáculos políticos: las relaciones de poder en el mundo académico y el celo con el que se patrullan las “fronteras” y se defienden los “territorios”, sin mencionar la resistencia de muchos investigadores a abandonar sus zonas de confort temáticas y teórico-metodológicas.

  • English

    The purpose of this article is to extract from the COVID-19 pandemic a lesson for geographers: although without intending (or being possible) to simply go back to the past, it is necessary to re-value, nevertheless, the very quintessence of the identity of the geographical discourse, which has been characterised by a way of building epistemic objects that is committed to a dialogue between social research (represented by what we usually call ‘human geography’) and natural research (represented by what we usually call ‘physical geography’). This project, presently called ‘environmentalisation,’ does not aim at anything overly ambitious: there is no case here for an exclusionary thesis in the style ‘geography should be this, and nothing else’; in fact, it just defends the idea that an approach such as that of environmental geography, resulting from an attempt at ‘environmentalisation,’ must have its place assured. Environmental geography, being committed to the construction of hybrid epistemic objects, allows us to mobilise the interfaces and knowledge necessary to deal with complex tasks such as the analysis of the short and long-term effects of the pandemic (among many other issues). However, the environmental geography project not only has to deal with intellectual challenges (integrating what knowledge, how and for what purpose?), but, in the end, it must also face political obstacles: the concrete power relations in the academic world and the zeal with which ‘borders’ and ‘territories’ are patrolled and defended, not to mention the resistance of many researchers to leave their thematic and theoretical-methodological comfort zones.

  • português

    A finalidade deste artigo é extrair da pandemia de COVID-19 uma lição profissional para os geógrafos: sem pretender (ou poder) voltar ao passado, é necessário revalorizar, contudo, a própria quintessência da identidade do discurso geográfico, que é um modo de construção do objeto de conhecimento comprometido com um diálogo entre pesquisa social (representada pelo que usualmente chamamos de “Geografia Humana”) e pesquisa natural (representada pelo que costumeiramente denominamos “Geografia Física”). Essa revalorização, presentemente denominada “ambientalização”, não almeja nada de excessivamente ambicioso: não se advoga nenhuma tese excludente no estilo “a Geografia deve ser isso, e nada diferente disso”; apenas se defende a ideia de que um enfoque como o da Geografia Ambiental, derivado de um esforço de “ambientalização”, deve ter seu lugar assegurado. A Geografia Ambiental, empenhada na construção de objetos de conhecimento híbridos, nos faculta mobilizar as interfaces e os conhecimentos necessários para lidar com tarefas complexas como - entre muitas outras - a análise dos efeitos de curto e longo prazo da pandemia. O projeto da Geografia Ambiental, contudo, não apenas tem de fazer face a desafios intelectuais (integrar quais conhecimentos, como e com que finalidade?) como, no fundo, esbarra em obstáculos políticos: as relações de poder no mundo acadêmico e o zelo com que “fronteiras” são patrulhadas e “territórios” são defendidos, para não falar da resistência de muitos pesquisadores em sair de suas zonas de conforto temáticas e teórico-metodológicas.


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