Ayuda
Ir al contenido

Dialnet


Resumen de O suplício do corpo como instrumento do poder soberano: Análise do campo de exceção instaurado na senzala do Engenho Nossa Senhora da Natividade em “Água de Barrela” de Eliana Alves Cruz

Marcia Cristina Roque

  • español

    En este ensayo, pretendemos analizar la obra Água de Barrela, de la escritora y periodista Eliana Alves Cruz, como fuente de representación de las relaciones de poder durante el Imperio brasileño y que promovió situaciones de tortura y encarcelamiento de africanos esclavizados. Dado que la literatura es ficción, no puede ser tomada como verdad, sino como una posibilidad de realidad basada en el concepto de representación del historiador Roger Chartier (1999). De esta forma, las escenas que retratan el período fueron destacadas y analizadas para verificar, a través de la literatura, cómo se compone la narrativa y registra tales relaciones de poder. Para ello se movilizaron las nociones de control sobre el cuerpo y biopoder de Michel Foucault (2021), así como su extensión a la necropolítica de Achille Mbembe (2018). Aun así, el barrio de los esclavos del ingenio Nossa Senhora da Natividade fue considerado aquí como un campo en el que se configura el estado de excepción, analizado a la luz de la teoría de Giorgio Agamben (2002). La propuesta de que los barrios de esclavos pueden ser vistos como un campo deriva de estudios en las áreas de filosofía e historia, y en este ensayo pretendemos analizar en una obra literaria cómo tales conceptos pueden ser verificados. En este lugar específico y creado para encarcelar a los negros esclavizados, la tortura del cuerpo ocurre como una forma de disciplinar a través del miedo, decidiendo el poder soberano quién debe vivir o morir de acuerdo con las necesidades de control y producción del soberano encarnado en el señor. La esclavitud negra en el Brasil imperial, por lo tanto, es vista aquí como un ancestro del campo biopolítico identificado en los movimientos totalitarios del siglo XX, con desdoblamientos y metamorfosis en los años siguientes y representado por la literatura.

  • português

    Neste ensaio, pretende-se analisar a obra Água de Barrela, da escritora e jornalista Eliana Alves Cruz, como uma fonte de representação das relações de poder durante o Brasil Império e que promoveram situações de tortura e encarceramento de escravizados africanos. Sendo a literatura ficção, não se pode tomá-la como verdade, mas, sim, como uma possibilidade de realidade a partir do conceito de representação do historiador Roger Chartier (1999). Dessa maneira, as cenas que retratam o período foram destacadas e analisadas a fim de verificar, através da literatura, como a narrativa se compõe e registra tais relações de poder. Para tanto, foram mobilizadas as noções de controle sobre o corpo e de biopoder de Michel Foucault (2021), bem como sua extensão para a necropolítica, de Achille Mbembe (2018). Ainda, a senzala do engenho Nossa Senhora da Natividade foi aqui considerada como um campo no qual se configura o estado de exceção, analisado à luz da teoria de Giorgio Agamben (2002). A proposta de que a senzala possa ser encarada como um campo deriva de estudos nas áreas de filosofia e história e, neste ensaio, pretende-se analisar em uma obra literária como podem ser verificáveis tais conceitos. Nesse local específico e criado para encarcerar os negros escravizados, o suplício do corpo ocorre como forma de disciplinar pelo medo, sendo decidido pelo poder soberano quem deve viver ou morrer de acordo com as necessidades de controle e de produção do soberano corporificado pelo senhor. A escravização negra no Brasil Imperial, portanto, é aqui encarada como um ancestral do campo biopolítico identificado nos movimentos totalitaristas do século XX, com desdobramentos e metamorfoses nos anos seguintes e representada pela literatura. 

  • English

    This essay aims at analyzing the literary work Água de Barrela, written by the writer and journalist Eliana Alves Cruz, as a source of representation of the power relations existing during the Imperial Period in Brazil, which promoted torture and incarceration of African slaves. Since the literature is considered fiction, it is not possible to take it as the truth, but as a possibility of reality based on the representation concept proposed by the historian Roger Chartier (1999). Thus, the passages which picture the period were highlighted and analyzed to verify, by means of a literary work, how the narrative is composed and registers such power relations. For such work, some concepts were considered, such as the notions about body control and biopower proposed by Michel Foucault (2021), as well as its extension to the necropolitics proposed by Achille Mbembe (2018). The slave quarters (senzala) from the Engenho Nossa Senhora da Natividade were taken in this work as a camp in which prevails the state of exception and were analyzed according to the works of Giorgio Agamben (2002). The proposal which considers the slave quarters as a camp derives from studies in History and Philosophy and, in this work, the objective is to analyze in a literary work how such concepts can be verified. This specific place was created to incarcerate black slaves and to torture the body as a means to discipline by fear, being the sovereign power the one that decides who may live or die according to the control and production needs of the sovereign embodied as the slaveholder. Thus, black slavery in Imperial Brazil is here taken as an ancestral of the biopolitical camp identified in the totalitarian movements in the 20th century, having unfolded and suffered metamorphosis in the years ahead and represented by literature.


Fundación Dialnet

Dialnet Plus

  • Más información sobre Dialnet Plus