Brasil
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No artigo, ensaiamos uma interpretação do racismo vinculada à gênese colonial-escravista da particularidade formativa brasileira, almejando contribuir com uma psicologia antirracista. Debruçando-nos na historiografia e pensamento social marxista brasileiro e das Américas, analisamos como colonização e escravidão se assentaram na/pela produção de subjetividades que hegemonicamente expressaram (e conformaram) seus próprios fundamentos. Para isso, abordamos a escravidão como necessidade econômica no sistema colonial, transformando o(a) africano(a) negro(a) em coisa, desumanizando-o(a), fetichizando-o(a). Posteriormente, tratamos do permanente afirmar-se negro(a) e humano(a) via rebeliões da senzala. Por fim, apontamos as implicações dessa análise a uma psicologia brasileira antirracista, demonstrando como a apreensão da dimensão subjetiva do racismo significa apreendê-lo o em sua concretude, como síntese de múltiplas determinações em nossa gênese constitutiva e formação histórica, evitando subjetivismos, a-historicismos e negação do caráter dialético da realidade.
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