Pode-se falar de antropologia, na filosofia de Kant, num duplo sentido: a antropologia é, em Kant, em 1.0 lugar, não um objeto de consideração, mas o horizonte a partir de onde e em relação a que tudo é pensado. É neste sentido que se pode dizer, com razão, que a "reviravolta coperniciana" (1) efetuada por Kant significou a revolução antropologizante do pensamento ocidental. É, propriamente, neste nível de reflexão, que Kant responde à pergunta, que ele considera aquela que é capaz de reunir e centralizar em si todas as per-guntas da filosofia, ou seja, o que é o homem. O importante é notar que é, neste nível, que se faz a verdadeira reflexão de ordem filosófica sobre o homem: é retornando, transcenden-talmente, à subjetividade finita como sujeito de conhecimen-to e ação, que se tematiza o conjunto de condições possibili-tantes do conhecimento e da ação humanos e, com isto, indi-retamente, se diz o que é o homem.
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