Gérard Genette, em Palimpsestes: la littérature au second degré (1982), traz à luz que — assim como pergaminhos antigos tinham suas inscrições raspadas para dar origem a outras — obras derivadas de anteriores também foram construídas palimpsesticamente. No romance A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector, há indícios de elementos de travestimento (transformação estilística degradante) bíblico produzido pela escritora, ao desconstruir temas e textos da Bíblia para redigir seu quinto romance. G.H., protagonista da obra, é uma escultora amadora que realiza uma experiência passional decalcada da paixão de Cristo.
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