A literatura do Século de Ouro espanhol conta com um teatro de qualidade excepcional. A respeito dessa vertente, constatamos que, no Brasil, ainda é pouco discutido o entremez, uma modalidade teatral que se caracteriza pela brevidade, que se assenta no humor e objetiva provocar o riso em seus espectadores. Até mesmo as antologias de textos teatrais para estudantes brasileiros acabam centrando-se nas peças de grandes dramaturgos como Francisco de Quevedo (1580-1645), Lope de Veja (1562-1635) e Calderón de la Barca (1600-1681), deixando de lado os entremezes ou, quando muito, exemplificam esse gênero com El retablo de las maravillas, de Miguel de Cervantes (1547-1616). Levando em conta o exposto, apresentamos nossa tradução para o português do entremez Los muertos vivos, de Luiz Quiñones de Benavente (1581-1651), um escritor espanhol pertencente ao período Barroco. Essa modalidade narrativa caracteriza-se por se uma peça breve, apresentada antes de uma comédia e Benavente é um dos seus grandes representantes. Essa forma teatral possibilita um exame a respeito das forças que polarizam o eterno embate entre nobres e plebeus, desvelando as mazelas e idiossincrasias que caracterizam essas duas camadas sociais referidas.
Spanish Golden Age literature has a theater of exceptional quality. Regarding this aspect, we find that, in Brazil, there is still little discussion about interlude, a theatrical modality that is characterized by brevity, which is based on humor and aims to provoke laughter in its viewers. Even anthologies of theatrical texts for Brazilian students end up focusing on plays by great playwrights such as Francisco de Quevedo (1580-1645), Lope de Veja (1562-1635) and Calderón de la Barca (1600-1681), leaving aside the interludes, or, at best, exemplify this genre with El retablo de las maravillas, by Miguel de Cervantes (1547-1616). Taking into account the above, we present our translation into Portuguese of the interlude Los muertos vivos, by Luiz Quiñones de Benavente (1581-1651), a Spanish writer belonging to the Baroque period. This narrative modality is characterized by being a short play, presented before a comedy and Benavente is one of its great representatives. This theatrical form allows an examination of the forces that polarize the eternal clash between nobles and commoners, unveiling the ills and idiosyncrasies that characterize these two social strata.
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