O artigo discute a representação do feminino no romance O Reino das Casuarinas, do escritor angolano José Luís Mendonça, a partir de uma perspectiva inspirada na espectropoética do filósofo Jacques Derrida – desenvolvida sobretudo no livro Espectros de Marx – em articulação com questões sucitadas pela crítica literária feminista. Embora protagonizado por um personagem masculino, o mutilado de guerra Nkuku, o romance de Mendonça tem diversas personagens femininas de importância decisiva na configuração de seus conflitos e na constituição de seus sentidos, particularmente em seus vislumbres utópicos e, ao mesmo tempo, seus elementos desconstrutores no que tange à cultura patriarcal e belicosa de uma sociedade devastada pela guerra civil. Ao nos valermos da desconstrução e da espectropoética derridianas, buscamos nos aproximar da complexidade constitutiva desses conflitos, particularmente na forma como afetam as relações de gênero.
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