Santiago de Compostela, España
Este artículo fue pensado con el objetivo de desentrañar el fundamento patriarcal, colonial y antropocéntrico subyacente a dos de los mitos constitutivos de la razón moderna: la posibilidad de un conocimiento desencarnado y el dualismo sujeto-objeto. Se argumenta, en sintonía con la propuesta fenomenológica, que la experiencia del cuerpo vivido es el “punto cero” de nuestro estar en el mundo y, por ende, la condición de posibilidad de todo constructo epistemológico. La pretensión moderna de elevarse a una universalidad desprovista de toda subjetividad y condicionamiento espacio-temporal es, por tanto, nada más que un delirio encubridor de la experiencia en primera persona de un sujeto concreto: el varón blanco y occidental. Se apuesta así por caminar hacia una racionalidad ampliada que, desde la experiencia corporal y geopolítica, permita subvertir la situación de subalternidad en la que habitan tres cuartas partes de los habitantes del planeta.
O propósito deste artigo é desvendar os fundamentos patriarcais, coloniais e antropocêntricos subjacentes a dois dos mitos constitutivos da razão moderna: a possibilidade do conhecimento desencarnado e o dualismo sujeito-objeto. Defende-se, em consonância com a proposta fenomenológica, que a experiência do corpo vivido é o “ponto zero” do nosso ser-no-mundo e, portanto, a condição de possibilidade de qualquer construto epistemológico. A pretensão moderna de se elevar a uma universalidade desprovida de toda subjetividade e condicionamento espaço-temporal é, portanto, nada mais do que uma ilusão de encobrimento da experiência em primeira pessoa de um sujeito específico: o homem branco e ocidental. Propõe-se, assim, caminhar para uma racionalidade ampliada que, a partir da experiência corporal e geopolítica, permita subverter a situação de subalternidade em que vivem três quartos dos habitantes do planeta.
This article seeks to unravel the patriarchal, colonial, and anthropocentric foundation underlying two of the constituent myths of modern reason: the possibility of disembodied knowledge and subject-object dualism. In keeping with the phenomenological proposal, it argues that the experience of the lived body is the “zero point” of our being in the world and, therefore, the condition of possibility of any epistemological construct. The modern attempt to achieve a universality devoid of all subjectivity and spatial-temporal conditioning is, therefore, nothing more than a delusion of the first-person experience of a specific subject: the white, Western male. There is therefore a commitment to walking towards an expanded rationality which, from the bodily and geopolitical experience, makes it possible to subvert the situation of subalternity in which three-quarters of the world’s inhabitants live.
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