Corpos (des)cobertos: moda e masculinidades em uma abordagem etnográfica

• Autores: Álamo Bandeira, Walter Franklin M. Correia
• Localización: dObra[s]: revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, ISSN 1982-0313, ISSN-e 2358-0003, Nº. 36, 2022, págs. 96-124
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • (Un)covered bodies: fashion and masculinities in an ethnographic propose
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• Resumen
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    As part of the final results obtained in a doctoral research (an urban photoethnography applied to fashion), an urban group is presented here, formed by men, between 25 and 50 years old, with a strong desire for consumption, frequenters of pool parties and after parties (electronic parties). aimed at the homosexual public), which elaborates its fashion lexicon through the choice of clothing and aesthetic interventions that project and frame their (re)designed bodies. From there, reflections on consumption and identity (BAUMAN, 2008), corporeality (LE BRETON, 2012, 2013, 2016) and symbolic capital (BOURDIEU, 1989, 2015) converge. Pool party goers translate their ideals of fashion consumption into the belief that their musculature — bought, built and standardized — is synonymous with success and social insertion, therefore it must be evidenced. The selection of photographs, carried out by this researcher, reports their immersions in the following places: Brasília, Recife, São Paulo, João Pessoa, Natal, Tibau do Sul and Maceió, between December 2020 and March 2022. The ethnographic data presented corroborate, thus, the thesis that, in face of the countless pressures of consumption, the male body (covered by tattoos, cut during gym hours, hormonal modulations and large and invasive dermato-cosmetic procedures, to different degrees) — before a mere adjunct to dressing — it is (re)designed and elevated to the central position of a fashion element, generating a desire for belonging comparable to thatprovoked by menswear products.

  • português

    Dos resultados obtidos em pesquisa de doutoramento (uma fotoetnografia urbana aplicada à moda), apresenta-se aqui um grupo urbano, formado por homens, entre 25 e 50 anos, com forte desejo de consumo, frequentadores das pool parties e after parties (festas eletrônicas voltadas ao público homossexual), que elabora seu léxico de moda por meio da escolha de vestuário e intervenções estéticas que projetam e emolduram seus corpos (re)desenhados. Convergem daí reflexões acerca de consumo e identidade (BAUMAN, 2008), corporalidade (LE BRETON, 2012, 2013, 2016) e capital simbólico (BOURDIEU, 1989, 2015). Os frequentadores de pool party traduzem seus ideais de consumo de moda no credo que sua musculatura — comprada, construída e padronizada — é sinônimo de sucesso e inserção social, portanto deve ser evidenciada. A seleção de fotografias, realizadas por este pesquisador, relata suas imersões nos seguinte locais: Brasília, Recife, São Paulo, João Pessoa, Natal, Tibau do Sul e Maceió, entre dezembro de 2020 e março de 2022. Os dados etnográficos apresentados corroboram, assim, a tese de que, diante das inúmeras pressões de consumo, o corpo masculino (coberto por tatuagens, lapidado em horas de academia, modulações hormonais e vultosos e invasivos procedimentos dermato-cosméticos, em diferentes graus) — antes mero coadjuvante do vestir — é (re)desenhado e elevado ao posto central de elemento de moda, gerando desejo de pertencimentocomparável ao provocado pelos tradicionais produtos de moda masculina.