Neste trabalho, analisa-se a relação estabelecida entre a História e a Literatura na obra Desmundo. O romance, uma metaficção historiográfica, reconta criticamente um momento histórico da colonização brasileira, mas pela voz dos esquecidos, nesse caso, de mulheres. O objetivo desse artigo é analisar a revisão crítica da história que é operada por meio da perspectiva da narradora-protagonista Oribela, ou seja, a partir da visão de uma figura “excêntrica”. Tendo em vista que apenas o ponto de vista dos portugueses foi apresentado oficialmente na História, a perspectiva de Oribela ajuda a “preencher” as lacunas deixadas pela história oficial. Deste modo, os discursos da narradora-protagonista Oribela ora reproduzem, ora entram em embate com os discursos oficiais, constituindo uma intertextualidade com os enunciados históricos, além de representarem outras vozes ideológicas, fato que edifica a sua própria narração.
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