Resumen de Um modelo linguístico para o ensino de epistemologia

Dante Flávio da Costa Reis Junior

• English

  This article is the result of an experiment that aimed to design a modality of epistemology teaching based on language analysis. Exploring intrinsic issues to each field (linguistics and philosophy of science), the value that their articulation can have in the spheres of education is demonstrated. The procedure consisted of proposing a theoretical model, associating four key concepts in language studies (argument, discourse, vocabulary and rhetoric) in order to mediate a comparative analysis of thought currents. More specifically, the structural and conjunctural dimensions of language and science were highlighted; and, as an illustrative case, comparing conflicting paradigms of an important school discipline:

  Geography, in its theoretical and critical currents. Two underlying hypotheses guided the essay: (i) trends in a science are diagnosable by language genres used by practitioners of each scientific tradition; and (ii) it is reasonable to conjecture teaching strategies that precisely explore the presumed correspondence between the normative and contextual aspects of language and knowledge production. It is concluded that it is coherent to think that a teaching-learning process about the nature of science would be efficiently enhanced by the idea of an interlocution between epistemology and linguistics.

• português

  Este artigo resulta de um experimento que teve por objetivo conceber uma modalidade de ensino de epistemologia baseada em análise de linguagem. A partir da exploração de questões intrínsecas a cada campo (linguística e filosofia da ciência), é demonstrado o valor que sua articulação pode ter no âmbito do ensino. O procedimento consistiu na proposição de um modelo teórico, associando quatro conceitos-chave nos estudos de linguagem (argumento, discurso, vocabulário e retórica), a fim de intermediar análise comparativa de correntes de pensamento. Mais especificamente, foram destacadas as facetas estrutural e conjuntural da linguagem e da ciência; e, como caso ilustrativo, comparados os paradigmas conflitantes de uma importante disciplina escolar: a Geografia, em suas correntes teorética e crítica. Duas hipóteses subjacentes balizaram o ensaio: (i) as tendências em uma ciência são identificáveis pelos gêneros de linguagem empregados pelos praticantes de cada tradição científica; e (ii) é razoável conjecturar estratégias de ensino que explorem precisamente a correspondência presumida entre os aspectos normativos e contextuais da linguagem e da produção do conhecimento. Conclui-se ser coerente pensar que um processo de ensino-aprendizagem sobre natureza da ciência é eficientemente potencializado pelo recurso à ideia de uma interlocução epistemologia–linguística.