A biosfera terrestre é um mundo verde: foi graças aos vegetais que se desenvolveu a biodiversidade atual, incluindo a espécie humana. Dependemos das plantas, pois elas são as nossas parteiras, as nossas amas, as nossas inspiradoras e as nossas consoladoras. A filosofia contemporânea começa a aperceber-se desta inversão da habitual hierarquia: em vez do vegetativo, como estado inferior da vida e da alma, pensa-se o vegetal propriamente como uma força cosmogónica (Emanuele Coccia). Esta nova visão representa um promissor desafio para a teologia. A releitura de Gn 1 revela o fitocentrismo deste texto chave, a sustentatio terrae das plantas, mais fundamental que o dominium terrae dos humanos. Tanto as parábolas do Reino como o Banquete Eucarístico (puramente vegetal) afirmam a dignidade escatológica das plantas. A ideia batismal do crescimento em Cristo é decalcada sobre o autodesenvolvimento do vegetal.
The terrestrial biosphere is a green world: it is thanks to plants that current biodiversity has been able to evolve, including the human species. We depend on plants because they are our midwives, our nurses, our inspirers and our comforters. Contemporary philosophy begins to take into account this inversion of the usual hierarchy: instead of the vegetative, the lower layer of life and of the soul, we now think of the plant as a cosmogonic force (Emanuele Coccia). This new vision represents a promising challenge for theology. Rereading Genesis 1 reveals the phytocentrism of this key text, the sustentatio terrae of plants, more fundamental than the dominium terrae of humans. Both the parables of the Kingdom and the Eucharistic meal (purely vegetal) speak of the eschatological dignity of plants. The baptismal idea of growth in Christ is modeled on the self-unfolding of the plant.
La biosphère terrestre est un monde vert : c’est grâce aux végétaux qu’a pu se développer la biodiversité actuelle, y compris l’espèce humaine. Nous dépendons des plantes, car elles sont nos sages-femmes, nos nourrices, nos inspiratrices et nos consolatrices. La philosophie contemporaine commence à rendre compte de cette inversion de la hiérarchie habituelle : au lieu du végétatif, strate inférieure de la vie et de l’âme, on pense désormais le végétal comme une force cosmogonique (Emanuele Coccia). Cette nouvelle vision représente un défi prometteur pour la théologie. La relecture de Genèse 1 révèle le phytocentrisme de ce texte clé, la sustentatio terrae des plantes, plus fondamentale que le dominium terrae des humains. Tant les paraboles du Royaume que le repas eucharistique (purement végétalien) disent la dignité eschatologique des plantes. L’idée baptismale de la croissance en Christ est calquée sur l’auto- -déploiement du végétal.
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