Contributos para abordagens interseccionais na Casa Comum

• Toldy, Teresa Martinho ^[1]
  1. [1] Universidade Fernando Pessoa

     Universidade Fernando Pessoa

     Santo Ildefonso, Portugal

     
• Localización: Ephata, ISSN-e 2795-4900, ISSN 2184-5778, Vol. 4, Nº. 2, 2022 (Ejemplar dedicado a: Hermeneutics of the Feminine: Echoes from/on the Common House), págs. 51-73
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Contributions to intersectional approaches in the Common Home
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• Resumen
  • English

    This text aims to emphasize the relevance of the concept of intersectionality to the discursive construction of the “Common Home” mentioned by Pope Francis. This wish implies the challenge to build contextual theologies in which multiple voices, in particular, women’s voices are present. The text assumes the need of an attitude that is both humble and willing to hear in face of the various forms of suffering, of exclusion and of invisibility of those that Pope Francis mentions as the “disposable”. The text draws attention to what seems to be a lack of knowledge of feminist theologies, even when women are mentioned, and refers some key points of the emergence of those theologies in the Catholic Church in the aftermath of the Second Vatican Council. The issue of the «blind spots» in the Common Home, especially in Portuguese theologies is also mentioned, as well as the need to accept the challenge of intersectionality. This approach allows room for crossing theological issues with realities, situations and problems that require a complex, contextual and critical approach. The first step in that direction requires a self-analysis of theology. The text considers that the intersectional path is able to develop a cautious discourse in times and places where both religion and the “gender” problematic become an instrument of political manipulation.

  • português

    Este texto pretende abordar a relevância da interseccionalidade para a construção discursiva da «Casa Comum», de que fala o Papa Francisco. Este desiderato passa pelo desafio de construir teologias contextuais, nas quais se façam ouvir múltiplas vozes, nomeadamente, vozes de mulheres. Reconhece-se à partida a necessidade de adoção de uma atitude de escuta e de humildade perante as diversas formas de sofrimento, exclusão e invisibilização dos «descartáveis», de que fala o Papa. Chama-se a atenção para aquilo que parece uma ausência de conhecimento das teologias feministas, mesmo quando se fala das mulheres, e procura-se mencionar alguns pontos-chave dessas teologias, nascidas, na Igreja Católica, na senda do Concílio Vaticano II, exercendo-se igualmente uma crítica acerca de «pontos mortos» na Casa Comum, em particular da ausência de uma construção teológica em Portugal que aceite o desafio interseccional. Esta permite o cruzamento das temáticas teológicas com temáticas, realidades, situações que reclamam abordagens complexas, contextuais, críticas, nas quais a teologia começa por fazer uma análise de si própria. Acredita-se que este caminho interseccional poderá levar a Igreja a um discurso mais prudente num tempo e nos lugares em que tanto a religião como a própria problemática do «género» são apropriadas e manipuladas politicamente.