A obra “A Reprodução” escrita pelos autores Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron é muito significativa, pois traz uma análise do sistema de ensino francês na década de 1960 demonstrando algumas peculiaridades desse processo, bem como seu posicionamento enquanto um instrumento de reprodução da cultura dominante no ambiente escolar. Os autores vão destacar nesse escrito dois conceitos que servirão de base para entender os princípios da desigualdade em meio ao processo de ensino-aprendizagem: violência simbólica e capital cultural. A violência simbólica atrela-se à ação pedagógica que, realizada por uma autoridade escolar, tende a afirmar - inclusive de forma oculta - a cultural dominante levando à marginalização de parcela dos estudantes. Nessa perspectiva, o capital cultural, isto é, a bagagem cultural apreendida externamente à escola e trazida pelos alunos, será importante instrumento que consolidará essa desigualdade em virtude do não acompanhamento adequado das informações repassadas na instituição escolar, isto é, pelo fato de o discurso da escola tornar-se alheio à realidade desses educandos.
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